Quando pensamos na guerra na Ucrânia, que Putin despoletou, temos uma nova sensação, que no meu caso, nunca tinha sentido tão forte. Tudo é efémero, nada é para sempre, muitos de nós passam a vida pagando um tecto e ele vai-se em segundos, quando um qualquer maluco narcisista se lembra de invadir o país onde moramos.
A nossa vida é extremamente precária. Julgamos que tudo é para sempre, mas afinal, nada é para sempre e tudo pode ruir de um momento para o outro. Até a nossa vida, até a nossa história.
Quando vi pessoas serem enterradas em sacos plásticos numa vala comum, as campainhas soaram e lembrei Sarajevo e outras atrocidades, como o Afeganistão, a Somália, o Irão, o Iraque, o Sudão, etc.
E olhamos as notícias nos ecrãs, nos telemóveis, nas redes sociais, fala-se de desvios de inúmeras mulheres e crianças para venda de órgãos, para prostituição infantil e escravatura sexual, para pedofilia e porque não se faz nada? Porque silenciamos os gritos que os nossos corações dão?
Infelizmente, porque muitos dos que mandam, e dos que elegemos para governar, países, e empresas, cometem essas atrocidades e usam pessoas como se coisas se tratasse e se matassem em seguida.
Como se alguns fossem os "humanóides" de quem há tantos anos, escreveu H.G.Wells, na sua " Guerra dos Mundos". Aterrador!!
Tudo é tão pouco !
“Somos o que fazemos… Mas somos principalmente… O que fazemos para mudar o que somos…” Eduardo Galeano
domingo, 13 de março de 2022
O horror da guerra
domingo, 16 de maio de 2021
Pequeno coração gelado
Todos nós vivemos, sofremos, suportamos, uns com tanto amor, outros desamor, com muitas mentiras, dores. Parece que nosso coração gela, mirra, quase congela perante tanta maldade.
Todos vivemos horrores, maldades gratuitas que nos marcam para a vida, muitos, nem se apercebem do quanto mal lhes fazem, habituam-se à dor e clamam má sorte, destino ruim, eu não acredito no destino. O nosso caminho, só nós o podemos fazer. Sou céptica, e uso tantas vezes a ironia e o sarcasmo para sobreviver.
Não sei se trazemos um tempo marcado, estilo micro chip com data de validade, acredito que tudo é consequência e tem a ver com decisões. Mesmo que tomadas quando jovens. Quem regula tudo, não sabe a idade... no Universo podemos ser muito velhos ou pelo contrário, ainda tudo mal começou ou recomeçou...que sabemos nós disso??
Tudo vem de volta, para uns demora alguns anos, para outros o boomerang, é mais instantâneo. Ele vai e volta, e a nossa inocente escolha, vai trazê-lo de volta e ele vai partir-nos ao meio...
O nosso coração está lá, encolhe, mirra, gela perante o sofrimento. Parece que ele não vai aguentar a dor, e fechamos em nós, cada dia que passa, as solidões, as amarguras, as dores do que passámos, pergunto, como aguentamos?? O que nos faz andar em frente e aguentar a dor, o sofrimento, a desilusão? Como suportamos a dor? Há dias em que não sei como cheguei a esta idade. Para muitos serei velha e tenho dias em que pareço ter mais de cem anos. O sofrimento por que passei, desde criança, perpetuou-se vida fora. Não fosse quem vive comigo e já passa de meio século, e eu seria um farrapo. Quem me conhece por dentro e por fora, me suporta as crises existenciais, me ajuda a adormecer em noite de insónia profunda, me ajuda a suportar as dores físicas ... não é fácil.
Alguma vez nos colocamos no lugar de quem também nos carrega ? Não é apenas a vida que nos leva, algumas pessoas têm, apesar dos infortúnios, a sorte de ter alguém, que nos limpa as lágrimas, nos ajuda, nos suporta. Será amor ou pena?
Hoje é um dos dias em que me sinto mais absolutamente miserável, crescer doeu, envelhecer ainda mais, muito poucos sabem dos meus problemas. e nem precisam de os saber.
Às vezes sinto-me desenraizada. Não há mais ninguém acima de mim, do meu sangue. Tudo desapareceu e não estou serena pelo que vou deixar. E vivemos tão sós. A vida é tão rápida, acordar é bom, mas só acordar não basta. Precisamos viver. A pandemia fechou-nos, e trouxe algo terrível, a depressão, a tristeza maior ainda. Quantos pelo mundo fora, estarão vivendo o mesmo??
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
Lá diz o ditado, fruto proibido, é o mais apetecido!
O dia ontem, não amanheceu para mim, levantei tarde ...mas que importa, deitar tarde, levantar tarde se os dias se as caminhadas acabaram, os passeios idem, as visitas aqui e ali, também. E parece que esta noite vai pelo mesmo!!
Ainda ontem via fotos de 2019 com os paquetes a sulcarem o Tejo, e até sinto saudades...parece que o mundo parou, mas para muito pior. Damos por nós a ter saudades de coisas absurdas, rotineiras, algumas que até criticávamos, como os muitos cruzeiros, que faziam parte da vida normal, mas que hoje nos parecem coisas distantes, ligadas à descontração da vida, a rotinas prazenteiras e até sentimos saudades. Parece que éramos felizes e nem sabíamos!
Quem não tem saudades até das idiotas rotinas de ir às grandes superfícies comerciais, como o Ikea, se iam ver as modas, depois almoçávamos, tínhamos tirado notas da fila e corredor onde estava o que íamos comprar, e pelo caminho, passávamos na loja sueca.
A ler os rótulos, porque depois de uma vida se descobre que se viveu cheio de problemas, que afinal eram intolerâncias. Enfim, intolerâncias à parte, estou num desgaste total. Preciso sair, apanhar sol e o maldito do tempo que até está a favorecer ao confinamento. Recordar aquelas saídas, quando se ia até ao Continente fazer as compras para os animais, porque há muita variedade e se aproveitava para ir até a Portugália? Se calhar éramos só nós, sei lá, mas estava sempre tudo cheio.
E o maldito frio deste ano? não sei se é por estar muito em casa, há muito não sentia um frio tão horrível e húmido. E a chuva que não desampara!!
Vivemos perto do mar, mas não vemos o mar, só ao longe uma tirirnha ora azul ora cinzenta. Não podemos passear e caminhar à beira mar. De tanto andar de cá para lá a fingir que caminho, ando com três pares de meias grossas e sem sapatos. Quem está a adorar são os felinos, a propósito adoptei mais um. Um dia destes conto, uma verdadeira novela.
Que tal terem os companheiros todo o dia em casa? Felizmente os filhos já não estão, mas ainda tive um até ao verão, aqui em casa... foi preciso vir o Covid para ver que podia ser perigoso!!
Mas como aguentam as pessoas estar todo o dia em casa com a mesma pessoa? No meu caso, o primeiro semestre foi duro, com direito a discussão e tudo.. Estava habituada a estar sozinha, e ser senhora do meu nariz, tantas vezes nem almoçava, ou me punha a fazer algo que gostava. Depois foi mau, muito mesmo. As rotinas das refeições que muitas vezes não fazia, e foi um caos.
Preparar os pequenos almoços, pensar no almoço, depois fazer um bolo, uns muffins ou uns queques, pensar nas panquecas do pequeno almoço que acabei a dar aos pombos de tão secas ficarem com a porcaria das farinhas sem glúten... ufa, só de me recordar até me canso...quilos de farinhas de leites vegetais! Uma mudança tão grande na minha vida, e que felizmente hoje já são quase rotina, mas foi bravo, muito mesmo.
Agora vejo vários canais no YouTube, aprendo a costurar, a fazer pão sem o deixar uma sola, já faço o meu "levain" para fermentar o pão etc. Aprende-se a bricolar...há receita para quase tudo e há meio mundo que virou mestre. Os meses de um frisson terrível passaram, felizmente. Deu direito a crises de choro e discussão e tudo, mas passou!!
Voltei a ter as minhas rotinas, mas foi preciso dizer que queria a minha vida de volta...deitar quando há sono, se for às dez da noite, seja, se for às cinco da manhã, óptimo.
Como se não bastassem os massacres das notícias que já não ouço ou vejo, ainda nos proíbem de ir apanhar sol, caminhar, sair, só porque os jornalistas todos moram nos mesmos sítios e mal ha quinze ou vinte miúdos a fazer surf, lá estão eles com as reportagens da linha, sempre a mesma coisa. Depois pagamos todos. Não pelos surfistas, esses vendem saúde. Mas pelos jornalistas que se calhar invejam os ditos e mal os veem, lá estão a fotografar e a gravar reportagens.
Problema maior, é que não acredito que a situação vá melhorar, pelo menos tão cedo. Leio muitos estudos e os que estão dentro do assunto, já falam em finais de 2022... Já eu, segundo o programa online para saber quando serei vacinada, nem tenho previsão de data. Por isso, há que aguentar e tentar arranjar maneira de ir saindo aos poucos, mal o sol se veja!! Ou morremos do confinamento!
Chegou o João, o Pestana.
quarta-feira, 4 de julho de 2018
Longe da vista, longe do coração!
sábado, 30 de junho de 2018
Muito riso, pouco siso !!
Uns endividam-se para fingir que têm uma vida semelhante, mas esquecem que não têm um papá ou uma mamã com super reformas e ou super empregos sempre do Estado, pois claro, já que são os únicos para além dos banqueiros e semelhantes, que o podem fazer....como sempre digo, os mesmos do costume!!
Esquecem que a maioria se sente indignada por tanta fogueira de vaidades e que há quase duzentos mil jovens que não podem e não têm trabalho e nem sequer podem estudar. O facebook não é como diz Joaquim Jorge, biólogo, fundador do Clube dos Pensadores, (https://www.jornalenoticia.com/ ) " um antro de cobardes e atrasados mentais", é muito pior, é um covil de gente que pouco ou nada faz e se vangloria de ter e sabe-se lá como têm, num país que está a viver uma verdadeira alucinação.
Gente que vive de comparação e de tão vazia ser precisa mostar-se e expor-se a si e suas famílias para seu gáudio próprio, para encher o seu ego faminto de protagonismo mas que vivem nas maiores solidões e nem se dão conta. É o relógio, o carro, a casa, as festas, as férias, as viagens, os tudo que fazem e mostram, para se vangloriarem de serem uma cambada de gente que vive tantas vezes com o que não lhes pertence e vem de onde???
Afinal eu não estou sozinha neste apuramento do que se passa, porque só não se dá conta deste facto, quem não tem dois dedos de testa para pensar e em vez de massa cinzenta pensante e que promove raciocínio, têm caca de galinha, mal cheirosa e fedorenta!!
Felizmente que não pertenço à cambada de ovelhas que por aí se pavoneiam para seu e único ilusório prazer, nem ao rebanho das outras que imitam as primeiras, endividando-se com inúmeros cartões de crédito e depois acabam todos na mesma, falências, sem casa, sem nada e pedindo ajuda às organizações que lá juntam as suas dívidas todas e passam o resto das suas vidas a pagar aquilo tudo que mais não foi do que mais uma ilusão de tontice e falta de cabeça.
Para mim, as redes sociais são para encontrar amigos que se perderam de vista, antigos colegas de trabalho e ou estudo, gozo, brincadeira, encontrar pessoas que pensam semelhante, criticar o que está mal, partilhar ideias e pensamentos e acima de tudo, ler as notícias e ver o estado das coisas. E tem de ser usado com moderação, diria mais, com muita moderação.
Como diziam meus avós e meus pais, muito riso pouco siso !!
segunda-feira, 30 de abril de 2018
Viver o dia a dia na solidão que nos deixaram
As pessoas são más, fingidas, mesquinhas, interesseiras, e tentam fazer dos outros, tolos.Conhecer quem com ela privou e a quem chamava amigas e agora que se foi, todos sentem um misto de falta e alívio, pela sua prepotência, pelo seu complexo de superioridade, mal do que sofria de forma exacerbada. E nem percebia que fatigava as pessoas.Mas eu até dessa fatiga tenho saudades. O telefonema quase diário de uma para a outra, findou, o telefone silenciou.E invadir a privacidade da sua intimidade ao ver fotos, ler papelada, é como um tsunami em mim.
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Por um sábado sereno
Sozinha mas não abandonada, na companhia dos meus amados patudos, comungo deste deleite. Hoje e agora, nem uma serenade de Schubert ou a Tristesse de Chopin cabiam. Só nós e as memórias de outros tempos com risos e gargalhadas, choro. gritos, alegrias e vidas que se cruzaram e que de mim saíram, e que depois ganharam asas e voaram para as suas próprias vidas, ficámos nós, como rochas solitárias, mas não estéreis, ficámos e ficaremos, como um garante de um sempre possível retorno. Assim precisem. Até as zangas e arrelias, os maus humores matinais, os ares de desalinho depois de saídas, as " cenas" do "não quero isto, porque fizeste aquilo, sabes que prefiro, não tens? Mãe, sabes que eu detesto isso....mãe, já fizeste o café? Dá-me um balde dele"....tudo nos faz falta, tudo ficou como memória e é no silêncio que se surgem como memórias vivas e recentes, de uma vida que passou demasiado depressa, e que guardamos como jóias de ouro, que poucos conseguem ter como seus. Só quem passou pela dádiva da maternidade sabe dar o valor. Podemos escrever livros, ser experts nisto ou naquilo, mas nada, absolutamente nada ultrapassa essa dádiva, que espero os meus tenham a sorte de passar e viver, pelo menos uma vez. O resto, como diz o poeta, não tem valor, é puro ruído!!
Desejo a quem está ou passa por aqui, e lê....😌o que escrevo, um bom e sereno sábado. Simples assim, como uma bela rosa branca, serena na sua solidão de um dia de chuva miudinha, céu cinzento pérola, frescote mas ainda assim, com a sua beleza e nostalgia.
Há algo que tem a mais, eu aqui partilhando sentimentos e quem aqui passa lendo, é que estamos vivos !!!
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
Jejum intermitente, eu sou adepta !
Não me convence esta moda de alguns # iluminados# na maioria brasileiros seguidos por milhões de pessoas, boa parte delas sem vontade própria, a fazer isto ou aquilo.
O jejum intermitente é até usado pela NASA na dieta dos astronautas, para que o estômago se habitue a comer muito menos e nunca ficar cheio.
Faço isso inúmeras vezes.
Sem nunca deixar de comer, (e por ter sido mãe de várias crianças, e assim não ter o corpo que tinha aos 20 anos), já emagreci 12 quilos e perdi 16 centímetros de volume abdominal e de bunda.
Nâo acredito. Inúmeras vezes só bebo água pela manhã, umas vezes só água, outras, água e sumo de limão que agora compro biológico ou com meia colherzinha de bicarbonato de sódio.
Uns dias como muitas vezes menos de 1000 calorias, outros ultrapasso os dois mil. Depende do meu objectivo para esse dia.
Num dia em que quero controlar a dor intensa, eu vou usar mais fruta e chás do que comida mesmo. Porque a comida mais forte, vais dar proteína que me vai acentuar essa dor. Por isso sou adepta incondicional do jejum.
No meu caso, sofro de dor crónica, devido a problemas que tenho músculo esqueléticos. Controlo sem medicamentos, e a dor nunca passa de un 5/6 em máximo, numa escala de dor que vai a dez.
Podemos muito bem sobreviver e até conseguir objectivos de controle do nosso organismo, comendo sopas, legumes e um punhado de frutos secos.
Do mesmo modo, podemos usar o nosso cérebro para eliminar ou faz o controle no nosso organismo para que não nos peça comida por hábito, vamos também tomando controle noutras áreas.
domingo, 21 de janeiro de 2018
Pertencer ou não ao rebanho
E há os que se dizem tementes a Deus ( que Deus é esse que só olha o indiferente e que perpetua o mal e a indiferença??) são sempre e invariavelmente os que nunca dão nada e a ninguém.
Há quem ache que os murais nas redes sociais sejam apenas para auto promoção, vender a imagem que mais ninguém liga a não ser os que são iguais, outros mostram uma realidade inventada de si próprios, outros tentam vender-se, tal a solidão em que vivem, mendigando atenção, um aceno, um like/gosto.
As pessoas andam na rua com os olhos cravados num ecrã, seja ele pequenito ou enorme, estilo tijolo que carregam como penitência.
Hoje fazem alarde de vir a público , se for preciso, dizer quantas # quecas # dão por semana....quem precisa disso, a meu ver, está muito mal.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
Adoro segundas-feiras
No comboio e depois de uma noite sempre mal dormida ( dormi anos a fio pouco mais de três horas e meia, não dava para mais... ) até passava pelas brasas.
Os fins de semana deixavam-me esgotada. Melhor, morta!!
Porque viver custa e muito e especialmente quando se tem uma carga de trabalho, muitas crianças, que nessa altura crescem depressa, mas que muito mais tarde queríamos pequenos de novo.
Digam lá se não é verdade ?? Quanto davam vocês para ter os miúdos de novo muito antes de serem adolescentes, na idade em que os pais são tudo, são os deuses??
Hoje, para fugir à regra, com uma broca no apartamento do lado, mas que posso fazer? Casas de trinta anos quando são compradas vão para obras... a minha já foi também !
Por isso hoje e só por isso, não foi o tal dia de meditar e serenar, mas ainda assim, com os auscultadores, ouvindo música, lendo jornais, minimizou bastante e verdade seja dita, as obras não duram para sempre.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
É tempo de Renascimento e de solstício de Inverno
E se eu tive uma educação católica quando criança, fiz tudo até à comunhão solene.
Com um pouco de esforço ainda recordo pedacinhos de algumas "orações" que fui obrigada a aprender, aliás, a decorar.Mas tudo fazia contra minha vontade, apesar disso, meu pai, ateu convicto, nunca impediu !
Tal como não impediu o baptismo de meus irmãos, porque apesar de ser um homem extremamente solitário, como eu aliás, ele adorava reunir família e amigos e essas eram ocasiões para o fazer, mesmo que nem por isso, pelo melhor motivo.
Quando aos 13 anos comecei a ler Virgil Georghiu, Tolstoi, Henry Miller, John Steinbeck, e todos os grandes clássicos, de Doistoievsli a Soljenitsin ( emprestados por um amigo mais velho com a promessa de nunca falar dos livros...) e logo em seguida, comecei a estudar Filosofia, foi como se uma cratera se tivesse aberto e tudo o que tinha aprendido em criança, deitei lá dentro. Tudo mudou dentro de mim, nunca mais fui a mesma, nunca mais igual. Tudo passou a ser tão óbvio e claro e perguntei-me como acreditam as pessoas em tanta mentira que estrutura a educação de muitas crianças ainda hoje, em pleno século XXI ?Por ter lido tanto sobre o Holocausto por exemplo, e sobre tudo o que se fazia nos campos, é que hoje me surpreende o procedimento de Israel em relação à Palestina. Como podem eles os judeus, que tanto sofreram, proceder daquele modo contra quem apenas tem outra religião?As minhas convicções são fortes e ninguém ou qualquer circunstância as vai abalar, ao contrário de meu pai, ateu convicto e que dizia que a Igreja é uma farsa e um covil de gente pecaminosa onde todos os grandes pecados são cometidos, eu sou panteísta, até ao núcleo de cada célula do meu corpo. Não quer com isso dizer que eu não festeje o Natal. Afinal ele simboliza a festa depois do Solstício de Inverno e o renascimento de tudo, da natureza, mas também de nosso corpo, tudo quanto existe, que de novo entra no ciclo de renascer, reflorir, brotar! É aí que as pessoas, algumas com quem convivo, não me entendem. Faz-me muita confusão as pessoas não aceitarem as convicções dos outros só porque não pensam igual.E eu adoro ser diferente!!
Boa quinta-feira a quem ainda passa aqui!!
Grata pelas mensagens, eu estou bem, há muito não me sentia tão bem.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Para mim Natal era antigamente !!
Para mim Natal era antigamente, em duas épocas distintas, mas muito importantes.
Quando era criança e toda a família junta, com pais, avós e tios, primos, tudo à mesa, tudo a ajudar a descascar batatas, abóbora, a arranjar os grelos e as couves, a descascar os nabos e as cebolas, a ajudar a avó a dar duas ou três voltas com a enorme colher de pau, à massa das filhós ou do pão ou da broa.. com as jarras com azevinho e um pinheiro que se tinha ido cortar ( falta de consciência) aos nossos pinhais....e se enfeitavam de pompons de lã, bolinhas de algodão e os enfeites vendidos nas feiras.
Quando se ia com uma caixa de madeira buscar o musgo lá também aos pinhais e se trazia pinhas caídas para fazer a estrutura da gruta do presépio, ( para o menino Jesus não ter tanto frio....como dizia meu avozinho, católico fervoroso e temente a Deus.)...e o "cheiro" do Natal se misturava com o das filhós e rabanadas, coscorões e aletria. e o da comida que haveria de se comer depois da vinda da missa do galo...havia no ar, como que uma santidade, um perfume que jamais esquecerei.
Presépio, o de casa dos avós, que era feito no chão da sala da avó e toda a gente vinha ver de tão lindo. E depois lá vinha o padre e o sacristão, buscar a dizima ou lá como se chamava, e comer umas e outras e beber vinho abafado que a avó fazia com ameixas e laranjas...tocavam a sineta, à porta e lá entravam...quando acabavam a volta, o padre e o sacristão, estavam comidos para 48 horas... e que mal se tinham em pé de tanto cálice de abafado terem bebido...
E depois quando já adulta e com a minha prole, tentava replicar as minhas recordações mas num apartamento, já sem os tios, ou os avós, todos há muito falecidos, mas com a família que eu tinha gerado.
Esses natais, eram também lindos, mas eu não sou hipócrita, não tinham a magia de outrora, onde a riqueza era tida como pecado....e eu não tinha sido capaz de transmitir aquele espírito que me deram a mim, eu não o consegui passar...estes natais eram de prendas, de muito trabalho para mim ( só eu sabia fazer as coisas e dava a amigos e vizinhos que nunca tinham sido ensinados a fazer as doces iguarias)... durante anos, lá saíam de minha casa, apesar de ser uma jovem, travessas com filhós, coscorões e rabanadas, para oferecer .
Com a idade e a minha consciencialização de que o mundo é falsidade e que tudo o que luz é tudo menos ouro, os natais foram esmorecendo.
Os filhos deixaram de estar connosco, Uns porque criaram as suas famílias outros porque preferiam ficar com os namorados, e a quadra passou a ser vivida a dois e aos de quatro patas.
Por isso este ano ainda não enfeitei nada.
De ano para ano. tem vindo cada vez mais para menos....claro que vou colocar algo, afinal Natal também é para estes que ainda cá estão. mesmo sozinhos e só com os filhos de quatro patas.
E ainda hei-se conseguir recriar, esses outros natais, os de antigamente, mesmo que apenas com amigos e vizinhos, quando voltar e for viver de novo para o campo.
A nossa meta. minha e de meu companheiro de uma vida, ir viver na calma do campo, antes de partir e virar pó estelar.
Mas antes disso, ainda havemos de experimentar estar num paquete e num hotel, para ver como vivem os outros, ao que a família também não está presente, ou que apenas querem comemorar mas sem se chatear a estar numa trabalheira infernal. Ao fim de uma vida de trabalho e tão pouco reconhecimento. temos esse direito. Merecemos.
Apesar de não crente, na verdade, o Natal não é de todo uma festa de família, é uma festa de renascimento e hoje eu sei melhor que ninguém que não se trata de religião, mas de vida, do que se fala no Natal. E nós queremos muito viver muitos mais anos e celebrar muitos outros Natais. Que é como eu acho, a festa da vida, do renascer, um solstício dá origem a uma nova etapa de vida ao renascer de tudo.
Por isso, desejo a todos os que ao longo destes anos aqui têm vindo ler o que escrevo ou o que partilho, um feliz Natal, seja esse período vivido a solo ou com muitos ao vosso redor, mas que seja de paz, de harmonia dentro dos nossos corações e que, essencialmente, tenhamos saúde e esperança em dias melhores e por um mundo mais igual e sem guerra.
Feliz Natal amigos!!
GR
Arte naif de Alessandra Placucci
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Felicidade é uma questão de escolha
Podemos ter momentos de felicidade. Mas esse conceito tão em voga faz parte das modas e livros de auto ajuda. Há muito quem pregue para poucos e se convença que é para milhões. Infelizmente a maioria dos mortais humanos e animais nunca vai sequer imaginar o que significa "a felicidade é uma escolha"..... e para mim, entenda-se, nada tem a ver com posses materiais, metas atingidas, riqueza.
Tem a meu ver, com o nosso íntimo e a paz interior que conseguimos atingir num mundo de infernos. E esses infernos até tantas vezes, fomos nós que lhe demos vida, lhes alimentámos as chamas, sem ter dado conta. As nossas escolhas, o caminho escolhido, sempre "nós"...poucos são os que não escolhem, esses são infelizmente escravos da sociedade, de si próprios ou na mais negra hipótese, alguém lhes tirou o direito de escolha e os reduziu.
Poucos chegam ao conceito de felicidade. A grande maioria julga que tem a ver com posse. Mas nada tem a ver com posse, nem da pessoa ou pessoas, com quem vivemos, nem com materialismos.
E tantas situações em que tentas abrir os olhos a quem já dependeu de ti para um caminho sem escolhos, mais leve, mas preferem escolher outro, e tu nada podes fazer. Porque as quedas e os
escolhos, fazem parte do crescimento.
Ninguém pode viver o nosso caminho. Pode acompanhar-nos, nas nunca vai encontrar as mesmas dificuldades, as mesmas pedras.
Assim como milhões se convencem que vivem e apenas respiram para vegetar, outros há que toda uma vida levam a cair e a levantar-se e nunca entendem que as suas escolhas estão erradas. Que precisam parar e mudar.
Todas as pessoas são diferentes. Na cor de olhos ou cabelo ... na educação e cultura, no ter muito ou pouco.
Tudo fica cá e se hoje tem valor, amanhã é sucata, terra, tijolo....areia. Só o que está na nossa mente tem valor e nos pode fazer almejar o estado de paz e felicidade !!!
Como diz Hermann Hesse in «Demian» : “A vida de todo ser humano é um caminho em direcção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro.”
Arte : Carola Vergara