domingo, 13 de março de 2022

O horror da guerra

Quando pensamos na guerra na Ucrânia, que Putin despoletou, temos uma nova sensação, que no meu caso, nunca tinha sentido tão forte. Tudo é efémero, nada é para sempre, muitos de nós passam a vida pagando um tecto e ele vai-se em segundos, quando um qualquer maluco narcisista se lembra de invadir o país onde moramos.
A nossa vida é extremamente precária. Julgamos que tudo é para sempre, mas afinal, nada é para sempre e tudo pode ruir de um momento para o outro. Até a nossa vida, até a nossa história.
Quando vi pessoas serem enterradas em sacos plásticos numa vala comum, as campainhas soaram e lembrei Sarajevo e outras atrocidades, como o Afeganistão, a Somália, o Irão, o Iraque, o Sudão, etc.
E olhamos as notícias nos ecrãs, nos telemóveis, nas redes sociais, fala-se de desvios de inúmeras mulheres e crianças para venda de órgãos, para prostituição infantil e escravatura sexual, para pedofilia e porque não se faz nada? Porque silenciamos os gritos que os nossos corações dão?
Infelizmente, porque muitos dos que mandam, e dos que elegemos para governar, países, e empresas, cometem essas atrocidades e usam pessoas como se coisas se tratasse e se matassem em seguida.
Como se alguns fossem os "humanóides" de quem há tantos anos, escreveu H.G.Wells, na sua " Guerra dos Mundos". Aterrador!!

domingo, 16 de maio de 2021

Pequeno coração gelado

  

Todos nós vivemos, sofremos, suportamos, uns com tanto amor, outros desamor, com muitas mentiras, dores. Parece que nosso coração gela, mirra, quase congela perante tanta maldade.

Todos vivemos horrores, maldades gratuitas que nos marcam para a vida, muitos, nem se apercebem do quanto mal lhes fazem, habituam-se à dor e clamam má sorte, destino ruim, eu não acredito no destino. O nosso caminho, só nós o podemos fazer. Sou céptica, e uso tantas vezes a ironia e o sarcasmo para sobreviver. 

Não sei se trazemos um tempo marcado, estilo micro chip com data de validade, acredito que tudo é consequência e tem a ver com decisões. Mesmo que tomadas quando jovens. Quem regula tudo, não sabe a idade... no Universo podemos ser muito velhos ou pelo contrário, ainda tudo mal começou ou recomeçou...que sabemos nós disso??

Tudo vem de volta, para uns demora alguns anos, para outros o boomerang, é mais instantâneo. Ele vai e volta, e a nossa inocente escolha, vai trazê-lo de volta e ele vai partir-nos ao meio...

O nosso coração está lá, encolhe, mirra, gela perante o sofrimento. Parece que ele não vai aguentar a dor, e fechamos em nós, cada dia que passa, as solidões, as amarguras, as dores do que passámos, pergunto, como aguentamos?? O que nos faz andar em frente e aguentar a dor, o sofrimento, a desilusão? Como suportamos a dor? Há dias em que não sei como cheguei a esta idade. Para muitos serei velha e tenho dias em que pareço ter mais de cem anos. O sofrimento por que passei, desde criança, perpetuou-se vida fora. Não fosse quem vive comigo e já passa de meio século, e eu seria um farrapo. Quem me conhece por dentro e por fora, me suporta as crises existenciais, me ajuda a adormecer em noite de insónia profunda, me ajuda a suportar as dores físicas ... não é fácil. 

Alguma vez nos colocamos no lugar de quem também nos carrega ? Não é apenas a vida que nos leva, algumas pessoas têm, apesar dos infortúnios, a sorte de ter alguém, que nos limpa as lágrimas, nos ajuda, nos suporta. Será amor ou pena?

Hoje é um dos dias em que me sinto mais absolutamente miserável, crescer doeu, envelhecer ainda mais, muito poucos sabem dos meus problemas. e nem precisam de os saber.

Às vezes sinto-me desenraizada.  Não há mais ninguém acima de mim, do meu sangue. Tudo desapareceu e não estou serena pelo que vou deixar. E vivemos tão sós. A vida é tão rápida, acordar é bom, mas só acordar não basta. Precisamos viver. A pandemia fechou-nos, e trouxe algo terrível, a depressão, a tristeza maior ainda. Quantos pelo mundo fora, estarão vivendo o mesmo??  





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Lá diz o ditado, fruto proibido, é o mais apetecido!

 O dia ontem, não amanheceu para mim, levantei tarde ...mas que importa, deitar tarde, levantar tarde se os dias se as caminhadas acabaram, os passeios idem, as visitas aqui e ali, também. E parece que esta noite vai pelo mesmo!!

Ainda ontem via fotos de 2019  com os paquetes a sulcarem o Tejo, e até sinto saudades...parece que o mundo parou, mas para muito pior. Damos por nós a ter saudades de coisas absurdas, rotineiras, algumas que até criticávamos, como os muitos cruzeiros, que faziam parte da vida normal, mas que hoje nos parecem coisas distantes, ligadas à descontração da vida, a rotinas prazenteiras e até sentimos saudades.   Parece que éramos felizes e nem sabíamos!

Quem não tem saudades até das idiotas rotinas de ir às grandes superfícies comerciais, como o Ikea, se iam ver as modas, depois almoçávamos,  tínhamos tirado  notas da fila e corredor onde estava o que íamos comprar, e pelo caminho, passávamos na loja sueca. 

A ler os rótulos, porque depois de uma vida se descobre que se viveu cheio de problemas, que afinal eram intolerâncias. Enfim, intolerâncias à parte, estou num desgaste total. Preciso sair, apanhar sol e o maldito do tempo que até está a favorecer ao confinamento. Recordar aquelas saídas,  quando se ia até ao Continente fazer as compras para os animais, porque há muita variedade  e se aproveitava para ir até a Portugália? Se calhar éramos só nós, sei lá, mas estava sempre tudo cheio.

E o maldito frio deste ano?  não sei se é por estar muito em casa,  há muito não sentia  um frio tão  horrível e húmido. E a chuva que não desampara!! 

Vivemos perto do mar, mas não vemos o mar, só ao longe uma tirirnha ora azul ora cinzenta. Não podemos passear e  caminhar à beira mar. De tanto andar de cá para lá a fingir que caminho, ando com três pares de meias grossas e sem sapatos. Quem está a adorar são os felinos, a propósito adoptei mais um. Um dia destes conto, uma verdadeira novela.

Que tal terem os companheiros todo o dia em casa? Felizmente os filhos já não estão, mas ainda tive um até ao verão, aqui em casa... foi preciso vir o Covid para ver que podia  ser perigoso!!

Mas como aguentam as pessoas estar todo o dia em casa com a mesma pessoa?  No meu caso, o primeiro semestre foi  duro, com direito a discussão e tudo.. Estava habituada a estar sozinha,  e ser senhora do meu nariz, tantas vezes nem almoçava, ou me punha a fazer algo que gostava. Depois foi mau, muito mesmo. As rotinas das refeições que muitas vezes não fazia, e foi um caos.

Preparar os pequenos almoços, pensar no almoço, depois fazer um bolo, uns muffins ou uns queques, pensar nas panquecas do pequeno almoço que acabei a dar aos pombos de tão secas ficarem com a porcaria das farinhas sem glúten... ufa, só de me recordar até me canso...quilos de farinhas  de leites vegetais!  Uma mudança tão grande na minha vida, e que felizmente hoje já são quase rotina, mas foi bravo, muito mesmo.

Agora vejo vários canais no YouTube, aprendo a costurar, a fazer pão sem o deixar uma sola, já faço o meu "levain" para fermentar o pão etc. Aprende-se a bricolar...há receita para quase tudo e há meio mundo que virou mestre. Os meses de um frisson terrível passaram, felizmente. Deu direito a crises de choro e discussão e tudo, mas passou!!

Voltei a ter as minhas rotinas, mas foi preciso dizer que queria a minha vida de volta...deitar quando há sono, se for às dez da noite, seja, se for às cinco da manhã, óptimo. 

Como se não bastassem  os massacres das notícias que já não ouço ou vejo, ainda nos proíbem de ir apanhar sol, caminhar, sair, só porque os jornalistas todos moram nos mesmos sítios e mal ha quinze ou vinte miúdos a fazer surf, lá estão eles com as reportagens da linha, sempre a mesma coisa. Depois pagamos todos. Não pelos surfistas, esses vendem saúde. Mas pelos  jornalistas que se calhar invejam os ditos e mal os veem, lá estão a fotografar e a gravar reportagens.

Problema maior, é que não acredito que a situação vá melhorar, pelo menos tão cedo. Leio muitos estudos e os que estão dentro do assunto, já falam em finais de 2022... Já eu,  segundo o programa online  para saber quando serei vacinada,  nem tenho previsão de data. Por isso, há que aguentar e tentar arranjar maneira de ir saindo aos poucos,  mal o sol se veja!! Ou morremos do confinamento!

Chegou o João, o Pestana. 



quarta-feira, 4 de julho de 2018

Longe da vista, longe do coração!

A concepção de família, não muda apenas nas gerações, muda essencialmente com a idade.
Quando somos jovens e temos a nossa família ascendente, a visão é uma, a dos nossos pais a quem respeitamos e ouvimos....já quando casamos, passamos a ser dois, e o universo é assente nessa dualidade. Quando aparecem os filhos, passam a ser um pequeno paraíso até que um ou mais dos rebentos desate a fazer asneirada....e os pais têm de andar a tapar a asneirada e sabe-se lá que mais.... Depois eles, os que fizeram parte daquele pequeno paraíso crescem e esquecem os progenitores porque, e é preciso dizê-lo, mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. O que eram os pais, que amam e ajudam, passam a ser os "velhadas" " os chatos", "os que estão sempre a buzinar" etc...
No nosso tempo e até mesmo quando já velhotes, nossos pais são sempre o nosso exemplo e sempre serão os nossos pais, até que a vida nos-los tire, a quem sempre amámos, mesmo não nos ajudando porque não puderam ou não tinham, eram tudo para nós e a quem agradecíamos a vida, estudos, percurso, tudo. Hoje os progenitores dos mais jovens, são os "chatos dos velhos" e por isso, tantas vezes preteridos e esquecidos, por quem tudo deram até dívidas pagaram ou sabe-se lá mais o quê....dar-se e pagar-se o que até nem se tinha ou não se podia....eram filhos, os pais sempre querem o melhor para eles, mesmo ficando mal.
Esses "velhos chatos", esquecidos, olvidados e abandonados, vão construindo uma nova família, tantas vezes com amigos, com problemas semelhantes e com quem se fala abertamente das agruras da vida e das desilusões por aqueles que nos deixaram cicatrizes e marcas de estrias na barriga, nos fizeram cabelos brancos, nos esvaziaram o coração e as carteiras, e pior, que nos fizeram perder décadas que podiam ser do tal paraíso a dois e passou muitas vezes a ser dos pequenos infernos de cada dia... mas também com outros filhos, que não falam, não reclamam e apenas dão amor incondicional, lambidas, latidos e miados.... Os tais "velhos chatos" ( na perspectiva dos ingratos que merecem uma boa lição de vida, vão criando ao seu redor, uma outra família. Aquela que os ama incondicionalmente. Amigos, vizinhos, patudos, que lhes dão amor incondicional, e se vão aglutinando em nova família, a de afectos.
Por isso, se és um desses ingratos que chama "chatos de velhos" aos teus pais e não queres ser menos que um patudo, não negligencies quem tudo te deu, o que podia e não podia !!
Todos precisamos de amor, mas já diz o ditado, " longe da vista, longe do coração" !!

sábado, 30 de junho de 2018

Muito riso, pouco siso !!




Vivemos uma bolha de tudo, de alucinação, imobiliário, de endividamento e de faz de conta. E o exemplo vem de cima! Será exagero? Não, hoje em dia lê-se cada coisa, vê-se cada fogueira de vaidades que é aterrador. Em minha opinião o próprio chefe de Estado vive um certo exagero. Ainda ontem na homenagem ao Zé Pedro dos Xutos e Pontapés, parecia como se estivesse a assistir um filme de ficção, mas dos rascas. Lá estavam no palco e todos a cantar e abanarem-se, a primeira, a segunda e a terceira figuras de Estado, não do reino de Alice, mas desta jangada de pedra que está coberta de flores para poucos e de pedras para a grande maioria. Tudo isto, num país onde as clivagens são assustadoras. Cada dia desaparece mais a classe media, não existe hoje e nem amanhã para milhares de jovens que não têm futuro porque não há empregos e os que há são ultra precários. Há patrões que pagam ao dia e sem fazerem os obrigatórios descontos e sem pagarem os impostos correspondentes. Estão a tirar o direito a esses milhares de jovens de terem uma vida condigna. E estes que nos (des)governam vivem e mostram apenas as mentiras que criam. Uma ilusória realidade que eles criam como que por magia na bolha em que vivem !! A dívida pública está maior do que quando se pediu o resgate ao FMI mas em centenas de milhões de euros. Que país é este que estamos a criar, em que se homenageiam homens que que destruíram as suas próprias vidas com drogas? Que ideia de valores e de moral estamos a dar às nossas crianças? Que ideia damos de uma sociedade onde apenas dois por cento da população consegue fazer face às despesas e vão a todas e ainda têm o desplante de nos esfregar na cara as suas badalações e aquisições e viagens e sei lá mais o quê, como se uma pessoa normal e com um ordenado, pudesse viver a vida que mostra???
Uns endividam-se para fingir que têm uma vida semelhante, mas esquecem que não têm um papá ou uma mamã com super reformas e ou super empregos sempre do Estado, pois claro, já que são os únicos para além dos banqueiros e semelhantes, que o podem fazer....como sempre digo, os mesmos do costume!!
Esquecem que a maioria se sente indignada por tanta fogueira de vaidades e que há quase duzentos mil jovens que não podem e não têm trabalho e nem sequer podem estudar. O facebook não é como diz Joaquim Jorge, biólogo, fundador do Clube dos Pensadores, (https://www.jornalenoticia.com/ ) " um antro de cobardes e atrasados mentais", é muito pior, é um covil de gente que pouco ou nada faz e se vangloria de ter e sabe-se lá como têm, num país que está a viver uma verdadeira alucinação.
Gente que vive de comparação e de tão vazia ser precisa mostar-se e expor-se a si e suas famílias para seu gáudio próprio, para encher o seu ego faminto de protagonismo mas que vivem nas maiores solidões e nem se dão conta. É o relógio, o carro, a casa, as festas, as férias, as viagens, os tudo que fazem e mostram, para se vangloriarem de serem uma cambada de gente que vive tantas vezes com o que não lhes pertence e vem de onde???
Afinal eu não estou sozinha neste apuramento do que se passa, porque só não se dá conta deste facto, quem não tem dois dedos de testa para pensar e em vez de massa cinzenta pensante e que promove raciocínio, têm caca de galinha, mal cheirosa e fedorenta!!
Felizmente que não pertenço à cambada de ovelhas que por aí se pavoneiam para seu e único ilusório prazer, nem ao rebanho das outras que imitam as primeiras, endividando-se com inúmeros cartões de crédito e depois acabam todos na mesma, falências, sem casa, sem nada e pedindo ajuda às organizações que lá juntam as suas dívidas todas e passam o resto das suas vidas a pagar aquilo tudo que mais não foi do que mais uma ilusão de tontice e falta de cabeça.
Para mim, as redes sociais são para encontrar amigos que se perderam de vista, antigos colegas de trabalho e ou estudo, gozo, brincadeira, encontrar pessoas que pensam semelhante, criticar o que está mal, partilhar ideias e pensamentos e acima de tudo, ler as notícias e ver o estado das coisas. E tem de ser usado com moderação, diria mais, com muita moderação.
Como diziam meus avós e meus pais, muito riso pouco siso !!

A foto que acompanha o texto é da Nova Gente

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Viver o dia a dia na solidão que nos deixaram



Levantei cedo depois de uma noite de seis horas na cama ... noite plena de pesadelos. Parece que guerreei toda a noite com fantasmas. Fiquei sem vontade de nada, tal o cansaço que sentia ao levantar. Parecia que tinha sido travado uma batalha dentro de mim. Depois da morte de minha mãe, que nunca me amou como eu a ela, parece que algo se apagou em mim. Falta-me os telefonemas, fazem-me falta as teimosias dela, o querer sempre ser a dona da verdade,mesmo que dissesse tanta mentira. Até das suas mentiras e do querer sempre ser o centro das atenções, sinto ausência. Há um vazio que não sei como preencher. O meu coração está magoado com a vida. É tudo tão falso e sofrido para quem não mente, para quem não usa de subterfúgio e se entrega inteiro à vida...Ainda estou doente, física e no meu coração e já vai mais de um ano. Cheia de problemas na minha carcaça que fica velha a cada dia que passa. Triste como a noite de trovões, certamente esses são mais belos do que tanta gente que se tem cruzado comigo, toda a vida, mas recentemente e por via das circunstâncias, pior.
As pessoas são más, fingidas, mesquinhas, interesseiras, e tentam fazer dos outros, tolos.Conhecer quem com ela privou e a quem chamava amigas e agora que se foi, todos sentem um misto de falta e alívio, pela sua prepotência, pelo seu complexo de superioridade, mal do que sofria de forma exacerbada. E nem percebia que fatigava as pessoas.Mas eu até dessa fatiga tenho saudades. O telefonema quase diário de uma para a outra, findou, o telefone silenciou.E invadir a privacidade da sua intimidade ao ver fotos, ler papelada, é como um tsunami em mim.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Por um sábado sereno

Há coisas que não têm preço, a minha paz, num sábado de manhã em que os únicos ruídos são o silvo do enorme aquário a um metro de mim e o avião no céu....o dia propicia ao silêncio e introspecção, à calma e solidão.
Sozinha mas não abandonada, na companhia dos meus amados patudos, comungo deste deleite. Hoje e agora, nem uma serenade de Schubert ou a Tristesse de Chopin cabiam. Só nós e as memórias de outros tempos com risos e gargalhadas, choro. gritos, alegrias e vidas que se cruzaram e que de mim saíram, e que depois ganharam asas e voaram para as suas próprias vidas, ficámos nós, como rochas solitárias, mas não estéreis, ficámos e ficaremos, como um garante de um sempre possível retorno. Assim precisem. Até as zangas e arrelias, os maus humores matinais, os ares de desalinho depois de saídas, as " cenas" do "não quero isto, porque fizeste aquilo, sabes que prefiro, não tens? Mãe, sabes que eu detesto isso....mãe, já fizeste o café? Dá-me um balde dele"....tudo nos faz falta, tudo ficou como memória e é no silêncio que se surgem como memórias vivas e recentes, de uma vida que passou demasiado depressa, e que guardamos como jóias de ouro, que poucos conseguem ter como seus. Só quem passou pela dádiva da maternidade sabe dar o valor. Podemos escrever livros, ser experts nisto ou naquilo, mas nada, absolutamente nada ultrapassa essa dádiva, que espero os meus tenham a sorte de passar e viver, pelo menos uma vez. O resto, como diz o poeta, não tem valor, é puro ruído!!
Desejo a quem está  ou passa por aqui, e lê....😌o que escrevo, um bom e sereno sábado. Simples assim, como uma bela rosa branca, serena na sua solidão de um dia de chuva miudinha, céu cinzento pérola, frescote mas ainda assim, com a sua beleza e nostalgia. 


Há algo que tem a mais, eu aqui partilhando sentimentos e quem aqui passa lendo, é que estamos vivos !!!



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Jejum intermitente, eu sou adepta !



Promover o nosso bem estar físico e psíquico é absolutamente essencial.  Se não estivermos bem, como podemos ver o belo ao nosso redor??
Eu não vou em modas, mas os meus familiares e amigos que vêm cá a casa sabem que, quando sinto qualquer tipo de mau estar, ou sinto que um órgão digestivo está a funcionar mal, fico horas sem comer. E a dor passa e o mau estar desaparece. 

Não me convence esta moda de alguns # iluminados# na maioria brasileiros seguidos por milhões de pessoas, boa parte delas sem vontade própria, a fazer isto ou aquilo.
O jejum intermitente é até usado pela NASA na dieta dos astronautas, para que o estômago se habitue a comer muito menos e nunca ficar cheio.
Ter refeições fixas e a horas certas, é promovido por muitos dietistas para que o organismo se # organize# mas, a noite tem de ser de jejum total, apenas água, ou seja, no espaço de dez horas mínimo não se ingere nada.
Faço isso inúmeras vezes.
Sem nunca deixar de comer, (e por ter sido mãe de várias crianças, e assim não ter o corpo que tinha aos 20 anos), já emagreci 12 quilos e perdi 16 centímetros de volume abdominal e de bunda.
Também há quem diga que o pequeno almoço deve ser tomado cedo para que a enzima que emagrece, seja despoletada.
Nâo acredito. Inúmeras vezes só bebo água pela manhã, umas vezes só água, outras, água e sumo de limão que agora compro biológico ou com meia colherzinha de bicarbonato de sódio.
Outras vezes, levanto e só pelas onze e muito da manhã como fruta e um pouco de pão de alfarroba e abóbora, quinoa etc...e um café. Ou um crepe de aveia apenas com um pouco de leite de coco ou amêndoa e canela.
O estar em jejum por horas, promove o bem dos órgãos que assim entram num estádio de regeneração, como não temos necessidade de comer tanto. Um adulto semi sedentário vive bem com 1700 calorias e até um pouco menos, sem por em risco quaisquer funções vitais e o organismo, a pouco e pouco, vai buscar às reservas, geralmente nas paredes abdominais, a gordura que ali se instala.
Pratico o jejum há décadas e sei o valor que tem para mim e o bem estar físico e psíquico que promove em mim. Durante o chamado jejum pdemos beber água e ou chás sem açúcar.
Uns dias como muitas vezes menos de 1000 calorias, outros ultrapasso os dois mil. Depende do meu objectivo para esse dia.
Num dia em que quero controlar a dor intensa,  eu vou usar mais fruta e chás do que comida mesmo. Porque a comida mais forte, vais dar proteína que me vai acentuar essa dor. Por isso sou adepta incondicional do jejum.

No meu caso, sofro de dor crónica, devido a problemas que tenho músculo esqueléticos. Controlo sem medicamentos, e a dor nunca passa de un 5/6 em máximo, numa escala de dor que vai a dez. 
Porque consigo controlar e fazer  barreira para que a não sinta mais forte. 
O controle de tudo está em nós. 
Até da solidão, do sofrimento e de ter felicidade, mesmo num momento em que apenas abrimos a pestana pela manhã, ganhámos mais um dia. 
No dia a dia a minha dor controlada, anda pelo 2/3....

Podemos muito bem sobreviver e até conseguir objectivos de controle do nosso organismo, comendo sopas, legumes e um punhado de frutos secos.
Nesse caso nunca ultrapassamos as 800 / 1200 calorias. 
E se sentimos fome, podemos sempre comer um prato de sopa de legumes, que nunca ultrapassa 150/200 calorias, para colmatar a fome e uma hora depois bebemos uma tisana calmante a fome desaparece e o organismo regenera. 

Do mesmo modo, podemos usar o nosso cérebro para eliminar ou faz o controle no nosso organismo para que não nos peça comida por hábito, vamos também tomando controle noutras áreas.
Pelo muito que escrevi acima, recomendo e, vivamente!!

https://www.scimed.pt/geral/jejum-intermitente-dieta-inteligente-ou-mais-uma-moda-sem-evidencia/


domingo, 21 de janeiro de 2018

Pertencer ou não ao rebanho

A vida nunca é o que parece. 
Há quem olhe para o lado quando vê um necessitado e finja que não estava lá ninguém, porque para ele, esse pobre não é ninguém.

Há quem dê parte do que tem. 
E há os que se dizem tementes a Deus ( que Deus é esse que só olha o indiferente e que perpetua o mal e a indiferença??) são sempre e invariavelmente os que nunca dão nada e a ninguém.

Há quem ache que os murais nas redes sociais sejam apenas para auto promoção, vender a imagem que mais ninguém liga a não ser os que são iguais, outros mostram uma realidade  inventada de si próprios, outros tentam vender-se,  tal a solidão em que vivem, mendigando atenção, um aceno, um like/gosto. 
As pessoas andam na rua com os olhos cravados num ecrã, seja ele pequenito ou enorme, estilo tijolo que carregam como penitência. 



Há ainda os que dão lições de tudo mesmo sem serem mestres, ou por defeito de profissão. 
Casos mal resolvidos ou tentativas de que é por aí, copiando manuais ou artigos sobre este ou aquele, se pode tentar eliminar a incultura....mas esquecem que a a maioria das pessoas nem lê o que se escreve, colocam like/gosto,  mesmo sem  entenderem o que lá está.  Assim parecem mais espertos.

Outros clamam por justiça para os que precisam de ajuda, para causas, para os pobres, os animais, os pobres dos refugiados que afinal nem querem ficar por cá.
Só que a exemplo de todos os outros, os que se mostram, se vendem, vendem livros, vendem arte, vendem móveis e quinquilharia, quem vende ideia, acções, quem pede ajuda para causas, é ainda menos ouvido que os outros. 

O mundo está estruturado para o mal e para os que se vendem, mesmo que todos os critiquem nas costas. O mundo é dos alienados. As pessoas tentam obter amizades de outros, mesmo sem os conhecerem de parte nenhuma, só porque alguém a quem admiram ou invejam os tem como amigos.

Outros tentam formar um círculo de pretensos intelectuais, que se aglutinam em grupos e gostam todos do que todos publicam, mesmo que seja uma grande trampa.  E fazem caixinha quano há aquelas notícia sbombásticas e sempre sobre a homosexualidade  e assuntos inerentes....ou sobre aborto e adopção porcasais homosexuais...
Atraem-se em grupinhos e bajulam-se uns aos outros para receber alguma atenção....os queridos a mostrar os # maridos #  e os dotes de  # bons/ boas donas de casa...# como o mundo mudou, como se perdeu tudo o que está relacionado com algum recato e decência. 
Hoje fazem alarde de vir a público , se for preciso, dizer quantas # quecas # dão por semana....quem precisa disso, a meu ver, está muito mal.

E é isto, o resumo do que se passa  todos os dias e nas diferentes redes sociais....segues-me,  eu sigo-te, Compras a trampa do meu livro igual a milhares de outros, eu dou-te a minha # amizade #...

Haja aquele que sai do rebanho e é posto de parte, todos lêem e até copiam, mas ninguém diz nada... 
Até escritores, fracos, # benza-os Deus # como diria a beata de uma das minhas tias, se vão inspirando nos escritos de uns e outros, porque os seus fusíveis há muito fundiram e o veio da  inspiração já era...

Resumindo,  cada dia tenho mais honra, mais me enaltece o facto de não pertencer a  qualquer destes rebanhos. Podem acreditar, sinto honra.
Porque é disso que se trata, viver em rebanho, onde ter vontade própria, carácter e pensar pela sua cabeça, é visto com um desaforo....seres que são # ave rara #...e a mim, a cada dia, mais me repugna o ponto a que esta sociedade chegou!!

Vive-se de uma forma vazia, sem conteúdo. Tudo é imediato. Tudo parece oco e sem textura. Será que só eu vejo ou apenas a minha idade, me dá dá a qualidade de avaliar os antes e o agora??




terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Adoro segundas-feiras

Gosto de segundas-feiras. Mas tem uma razão.
Fim de semana em jovem simbolizava que parte dele era a ajudar a mãe, que tinha filhos mais pequenos. 
Quando fui mãe e trabalhava  em Lisboa, a meia hora de comboio, mais o do metro, uns 50 minutos,  eram de regeneração. 
No comboio e depois de uma noite sempre mal dormida ( dormi anos a fio pouco mais de  três horas e meia, não dava para mais... )  até passava pelas brasas. 

Os fins de semana deixavam-me esgotada. Melhor, morta!!
Porque viver custa e muito e especialmente quando se tem uma carga de trabalho, muitas crianças, que nessa altura crescem depressa, mas que muito mais tarde queríamos pequenos de novo. 

Digam lá se não é verdade ?? Quanto davam vocês para ter os miúdos de novo muito antes de serem adolescentes, na idade em que os pais são tudo, são os deuses??

Hoje,  para fugir à regra, com uma broca no apartamento do lado, mas  que posso fazer? Casas de trinta anos quando são compradas  vão para obras... a minha já foi também !

Por isso hoje e só por isso, não foi o tal dia de meditar e serenar, mas ainda assim, com os auscultadores,  ouvindo música,  lendo jornais, minimizou bastante e verdade seja dita, as obras não duram para sempre.


Por isso as segundas feiras agora, continuam a ser a regeneração.
Um hábito que ficou. Calma para ir devagar e serena pela semana fora... tomara que eu ainda tenha milhares de semanas pela frente e muitas segundas-feiras. Não é pedir demais, pois não??

Desejo-vos, uma semana de paz, quero a minha menos fria ( impossível porque segundo parece  a temperatura  ainda vai descer  mais )!!




Que seja de paz e harmonia, seria bem que fosse em todo o mundo. 
Boa semana!!

Ilustração via Google imagens

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

É tempo de Renascimento e de solstício de Inverno



Há pessoas que só porque somos diferentes acham que somos animais raros, ou pessoas estranhas, meio bruxas, meio alienadas, só pelo facto de o nosso "padrão" ter saído diferente na imaginária linha de montagem do tempo...tempo esse que não existe, é circunstância que o homem criou para datar os acontecimentos e linha de montagem que desconhecemos a origem, como se processa, quem a maneja, porque saem uns assim, como carta fora do baralho....ou será que afinal tudo não passa de ilusão e os deuses jogam mesmo aos dados??

E se eu tive uma educação católica quando criança, fiz tudo até à comunhão solene.
Com um pouco de esforço ainda recordo pedacinhos de algumas "orações" que fui obrigada a aprender, aliás, a decorar.Mas tudo fazia contra minha vontade, apesar disso, meu pai, ateu convicto, nunca impediu !
Tal como não impediu o baptismo de meus irmãos, porque apesar de ser um homem extremamente solitário, como eu aliás, ele adorava reunir família e amigos e essas eram ocasiões para o fazer, mesmo que nem por isso, pelo melhor motivo.
Quando aos 13 anos comecei a ler Virgil Georghiu, Tolstoi, Henry Miller, John Steinbeck, e todos os grandes clássicos, de Doistoievsli a Soljenitsin ( emprestados por um amigo mais velho com a promessa de nunca falar dos livros...) e logo em seguida, comecei a estudar Filosofia, foi como se uma cratera se tivesse aberto e tudo o que tinha aprendido em criança, deitei lá dentro. Tudo mudou dentro de mim, nunca mais fui a mesma, nunca mais igual. Tudo passou a ser tão óbvio e claro e perguntei-me como acreditam as pessoas em tanta mentira que estrutura a educação de muitas crianças ainda hoje, em pleno século XXI ?Por ter lido tanto sobre o Holocausto por exemplo, e sobre tudo o que se fazia nos campos, é que hoje me surpreende o procedimento de Israel em relação à Palestina. Como podem eles os judeus, que tanto sofreram, proceder daquele modo contra quem apenas tem outra religião?As minhas convicções são fortes e ninguém ou qualquer circunstância as vai abalar, ao contrário de meu pai, ateu convicto e que dizia que a Igreja é uma farsa e um covil de gente pecaminosa onde todos os grandes pecados são cometidos, eu sou panteísta, até ao núcleo de cada célula do meu corpo. Não quer com isso dizer que eu não festeje o Natal. Afinal ele simboliza a festa depois do Solstício de Inverno e o renascimento de tudo, da natureza, mas também de nosso corpo, tudo quanto existe, que de novo entra no ciclo de renascer, reflorir, brotar! É aí que as pessoas, algumas com quem convivo, não me entendem. Faz-me muita confusão as pessoas não aceitarem as convicções dos outros só porque não pensam igual.E eu adoro ser diferente!!
Boa quinta-feira a quem ainda passa aqui!!


Grata pelas mensagens, eu estou bem, há muito não me sentia tão bem.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Para mim Natal era antigamente !!




Cada ano que vai passando me vou afastando mais do que se chama a quadra, ou aliás, como as pessoas a vivem.
Para mim Natal era antigamente, em duas épocas distintas, mas muito importantes. 

Quando era criança e toda a família junta,  com pais, avós e tios, primos, tudo à mesa, tudo a ajudar a descascar batatas, abóbora, a arranjar os grelos e as couves, a descascar os nabos e as cebolas, a ajudar a avó a dar duas ou três voltas com a enorme colher de pau, à massa das filhós ou do pão ou da broa.. com  as jarras com azevinho e um pinheiro que se tinha ido cortar ( falta de consciência) aos nossos pinhais....e se enfeitavam de pompons de lã, bolinhas de algodão e os enfeites vendidos nas feiras.  
Quando se ia  com uma caixa de madeira buscar o musgo lá também aos pinhais e se trazia pinhas caídas para fazer a estrutura da gruta do presépio, ( para o menino Jesus não ter tanto frio....como dizia meu avozinho, católico fervoroso e temente a Deus.)...e o "cheiro"  do Natal  se misturava com o das filhós e rabanadas, coscorões e aletria. e o da comida que haveria de se comer depois da vinda da missa do galo...havia no ar, como que uma santidade, um perfume que jamais esquecerei.

Presépio, o de casa dos avós, que era feito no chão da sala da avó e toda a gente vinha ver de tão lindo.  E depois lá vinha o padre e o sacristão, buscar a dizima ou lá como se chamava, e comer umas e outras e beber vinho abafado que a avó fazia com ameixas e laranjas...tocavam a sineta,  à porta e lá entravam...quando acabavam a volta, o padre e o sacristão, estavam comidos para 48 horas... e que mal se tinham em pé de tanto cálice de abafado terem bebido... 

E depois quando já adulta e com a minha prole, tentava replicar as minhas recordações mas  num apartamento, já sem os tios, ou os avós, todos  há muito falecidos, mas com a família que eu tinha gerado.
Esses natais, eram também lindos, mas eu não sou hipócrita, não tinham a magia de outrora, onde a riqueza era tida como pecado....e eu não tinha sido capaz de transmitir aquele espírito que me deram a mim,  eu não o consegui passar...estes natais eram de prendas, de muito trabalho para mim ( só eu sabia fazer as coisas e dava a amigos e vizinhos que nunca tinham sido ensinados a fazer as doces iguarias)... durante anos, lá saíam de minha casa, apesar de ser uma jovem, travessas com filhós, coscorões e rabanadas,  para oferecer .

Com a idade e a minha consciencialização de que o mundo é falsidade e que tudo o que luz é tudo menos ouro, os natais foram esmorecendo. 

Os filhos deixaram de estar connosco, Uns porque criaram as suas famílias outros porque preferiam ficar com os namorados, e a quadra passou a ser vivida a dois e aos de quatro patas.
Por isso este ano ainda não enfeitei nada. 
De ano para ano. tem vindo cada vez mais para menos....claro que vou colocar algo, afinal Natal também é para estes que ainda cá estão. mesmo sozinhos e só com os filhos de quatro patas.

E ainda hei-se conseguir recriar, esses outros natais, os de antigamente, mesmo que apenas com amigos e vizinhos, quando voltar e for viver de novo para o campo. 

A nossa meta. minha e de meu companheiro de uma vida, ir viver na calma do campo,  antes de partir e virar pó estelar.
Mas antes disso, ainda havemos de experimentar estar num paquete e num hotel, para ver como vivem os outros, ao que a família também não está presente, ou que apenas querem comemorar mas sem se chatear a estar numa trabalheira infernal. Ao fim de uma vida de trabalho e tão pouco reconhecimento. temos esse direito. Merecemos.


Apesar de não crente, na verdade, o Natal não é de todo uma festa de família, é uma festa de renascimento e hoje eu sei melhor que ninguém que não se trata de religião, mas de vida, do que se fala no Natal. E nós queremos muito viver muitos mais anos e celebrar muitos outros Natais. Que é como eu acho, a festa da vida, do renascer, um solstício dá origem a uma nova etapa de vida ao renascer de tudo.

Por isso, desejo a todos os que ao longo destes anos aqui têm vindo ler o que escrevo ou  o que partilho,  um feliz Natal,  seja  esse período vivido a solo ou com muitos ao vosso redor, mas que seja de paz, de harmonia dentro dos nossos corações e que,  essencialmente, tenhamos saúde e esperança em dias melhores e por um mundo mais igual e sem guerra.


Feliz Natal amigos!!

GR






Arte naif de Alessandra Placucci

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Felicidade é uma questão de escolha


Podemos ter momentos de felicidade. Mas esse conceito tão em voga faz parte das modas e livros de auto ajuda. Há muito quem pregue para poucos e se convença que é para milhões. Infelizmente a maioria dos mortais humanos e animais nunca vai sequer imaginar o que significa "a felicidade é uma escolha"..... e para mim, entenda-se, nada tem a ver com posses materiais, metas atingidas, riqueza. 
Tem a meu ver, com o nosso íntimo e a paz interior que conseguimos atingir num mundo de infernos. E esses infernos até tantas vezes, fomos nós que lhe demos vida, lhes alimentámos as chamas, sem ter dado conta. As nossas escolhas, o caminho escolhido, sempre "nós"...poucos são os que não escolhem, esses são infelizmente escravos da sociedade, de si próprios ou na mais negra hipótese, alguém lhes tirou o direito de escolha e os reduziu.

Poucos chegam ao conceito de felicidade. A grande maioria julga que tem a ver com posse. Mas nada tem a ver com posse, nem da pessoa ou pessoas, com quem vivemos, nem com materialismos.
E tantas situações em que tentas abrir os olhos a quem já dependeu de ti para um caminho sem escolhos, mais leve, mas preferem escolher outro, e tu nada podes fazer. Porque as quedas e os
escolhos, fazem parte do crescimento.

Ninguém pode viver o nosso caminho. Pode acompanhar-nos, nas nunca vai encontrar as mesmas dificuldades, as mesmas pedras.
Assim como milhões se convencem que vivem e apenas respiram para vegetar, outros há que toda uma vida levam a cair e a levantar-se e nunca entendem que as suas escolhas estão erradas. Que precisam parar e mudar.
Todas as pessoas são diferentes. Na cor de olhos ou cabelo ... na educação e cultura, no ter muito ou pouco.
Tudo fica cá e se hoje tem valor, amanhã é sucata, terra, tijolo....areia. Só o que está na nossa mente tem valor e nos pode fazer almejar o estado de paz e felicidade !!!
Como diz Hermann Hesse in «Demian» : “A vida de todo ser humano é um caminho em direcção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro.”



Arte : Carola Vergara