quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Nós e as redes sociais



Iludimos-nos tantas vezes na vida, até com quem nos relacionamos fora do seio familiar.
Ao contrário do que a maioria das pessoas  é levada a pensar, as redes sociais  só vieram isolar ainda mais as pessoas.
Viciam porque  somos carentes de afectos, porque tantas e tantas vezes nos sentimos sós e estamos sem nada produzir que consideremos de valido.
As nossas cabeças funcionam, mas o que fazemos não passa de banalidades, trivialidades.
Sem querermos esse estado vai minando o nosso ser, vai corroendo a nossa paz.

Antigamente e não preciso ir muito longe, basta regredir à geração de meus pais,  as pessoas quando estavam mais desocupadas, procuravam encontrar-se com amigos.
Hoje vive-se o imediato e cada vez mais isolados. As pessoas mal comunicam, até mesmo por telefone.
São as malditas mensagens codificadas por sms, para não pagarmos numa,  duas ou três....desapareceram os postais de férias, ou de aniversário, deixaram de se fazer as fotos para oferecer com o crescimento das crianças....
Tão fácil fingir que não se ouve um telemóvel   " estava sem bateria" "estava sem rede"...e as pessoas não estão a perceber que estão caminhando para onde não há retorno.

Hoje temos o Google, o Wikipédia,  livros online, citações famosas, fotos de tudo e mais alguma coisa, a informação é-nos bombardeada no cérebro, à velocidade da luz.

Tantos que deixaram de ler, de se sentar lendo até o jornal diário, para ler um livro,   comungando das palavras que alguém escreveu e nos podem fazer viajar para longe ou para perto, ou até, como acontece comigo, entrar na cabeça do autor e quase sentir o que este sentiu.

Por mim afirmo, as redes sociais são um engano.

Particularmente o Facebook e o twitter, este bom para se saber as notícias no imediato.
E infelizmente há quem por aqui ande, mas nada saiba fazer, apenas partilha, porque nada sabe criar de seu. Esses ainda é pior, porque  se mantêm activos com as emoções alheias e tomam-nas como suas.
É como tomarmos a alegria ou a tristeza, as emoções alheias e colocarmos uma máscara para fingirmos que nos identificamos com aquilo. Quando se trata de  algo engraçado, ou um escrito interessante, de um escritor, um poeta,uma notícia, isso é bom porque sem querer partilha-se cultura.
Mas o pior mesmo, é que há quem partilhe emoções alheias.

Não sou nada saudosista, do passado só gosto de mim, por ter sido jovem, activa e ter mil sonhos, da felicidade de  fazer um filho  e de o  ter, de o ver nascer, dos momentos de  paixão, dos momentos únicos irrepetíveis vividos tantas vezes num silêncio, ou no meio da multidão  numa troca de olhares....mas sim, tenho saudades de outras coisas. De se poder sair e passear sem ser num horrendo shopping ( que odeio e foi criado para quem sofre de agarofobia), ....qualquer dia, as pessoas vão passar a viver como nalguns livros de ficção científica, sem sequer se cruzarem....